domingo, 12 de abril de 2015

Brasil - um país grande demais para um governo distante

Serenidade e a importância dos ajustes éticos no Brasil M2U04510







Publicado em 12 de abr de 2015
O povo brasileiro vive um drama de consciência colossal, entronizou pessoas que falharam demais, mentiram e abusaram de recursos lícitos e talvez ilícitos para se elegerem ou reelegerem, um equívoco (?) catastrófico, como descobrimos ao final de 2014 e início deste ano. Os aposentados que o digam...
Prioridades? tudo indica que na maioria dos casos foi simplesmente a conquista do Poder a qualquer preço. Talvez o que sonhavam escape de suas mãos, afinal até a Copa do Mundo que parecia deles escapou por 7 a 1.
Razões para essa tragédia grega coletiva aconteceram por efeito de muitos azares e vícios, alguns realmente surpreendentes, tais como as dificuldades da Argentina graças à atuação de especuladores maldosos norte-americanos e a má administração interna (rotina), outras marolas estrangeiras (império da especulação sem freios), uma estiagem muito rara e fortíssima, atraso de obras vitais viabilizando uma especulação feroz no Setor Elétrico (modelo institucional mercantilista para um serviço essencial), o crescimento e fortalecimento de corporações sem limites no Brasil (marajás?) e a forma caótica de gerenciamento em todos os níveis das muitas unidades e escalões (no aumentativo, normal e diminutivo) da República assim como agora a demonstração inequívoca da simbiose cancerosa entre grandes empresas e políticos de aluguel. Aconteça o que for via inquéritos e processos não existe mais dúvida entre os brasileiros de que foram lesados dolosamente em prosa e verso.
O modelo político existente e a tremenda burocratização das atividades humanas no Brasil se transformaram em solo fértil para essa praga que a Operação Lava Jato mostra com extrema competência e pavor de muita gente “boa”.
O desafio agora é corrigir dentro das nossas leis, por piores que sejam, vencer os anos que faltam para as próximas eleições e acreditar na evolução cívica de nosso povo. A degradação ética contaminou até lideranças que há alguns anos eram a nossa esperança, confiar em quem? Podemos pensar em “revolução pacífica”? Quem seria capaz de conduzi-la? Vale a pena?
E as manifestações?
São necessárias e graças às redes sociais podemos saber o que muitos brasileiros pensam sem intermediários. Com certeza os donos do Poder estão criando fatos, eventos, notícias dispersivas, para isto existe a mídia comercial que depende visceralmente de patrocínios... Paralelamente sentimos um esforço internacional de inibição das mídias sociais, elas são uma avenida para o conhecimento de detalhes constrangedores aos poderosos.
Precisamos, contudo, dar um tempo para sentir a reação concreta de nossos governantes e acreditar no Poder Judiciário.
O que mais precisa acontecer?
Ninguém é santo ou demônio, o maniqueísmo é uma doença comportamental perigosa e o açodamento poderá simplesmente desmontar o Brasil. Temos dificuldades, parece, entretanto, que gradativamente o Governo Federal, pelo menos ele, poderá corrigir alguns de seus vícios e superar dificuldades que ainda teremos adiante.
O que realmente será de imenso valor para o Brasil?
Precisamos de um estadista, um político que se metamorfoseie em diplomata e gerente eficaz desse imenso espaço de brasileiros mais e mais divididos e revoltados. Isso é possível. Ao longo da história das grandes nações encontramos lideranças que cresceram e venceram situações gravíssimas, apesar de biografias precedentes altamente negativas.
Tudo indica que no Palácio Alvorada a Presidência sentiu o peso das manifestações populares e de inúmeras entidades que se atreveram a mostrar a cara. Nossa esperança é que esse exemplo seja irradiado para o Congresso Nacional e outros poderes explícitos ou não. Em alguns estados e municípios as correções poderão ser mais enérgicas, o fundamental é que o Brasil não descambe para guerras e conflitos (padrão torcida organizada) violentos que todos sabem como começam mas são incapazes de prever o futuro. Afinal o ser humano é o que é.
Erramos, agora vamos ter que conviver com uma seleção mal formada até que dentro das regras democráticas e sem perda do que conquistamos com tantas dificuldades: a Liberdade de ser, falar, estar, etc. tenhamos tempos e lideranças melhores.
Regimes de exceção podem ser bons durante um tempo, mas normalmente deseducam e promovem retrocessos perigosíssimos, isso sem falar da reação internacional a qualquer descontinuidade democrática no Brasil.
Felizmente chegamos a um nível intelectual que viabiliza ideais de liberdade, fraternidade e igualdade, não podemos retroceder querendo fazer em meses o que não realizamos desde que o Brasil foi inventado pelos portugueses.
Cascaes
11.4.2015

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Economia e o mercado de ações - um fator regulador da moralidade democrática

A evolução das empresas
Os escândalos PETROBRAS e outros demonstram a evolução da vigilância universal sobre as empresas que têm acionistas estrangeiros, com destaque os EUA e a Comunidade Europeia [ (1), (2), (3), (4)]. Graças ao rigor e competência de muitos tribunais desenvolve-se um padrão de Justiça necessária, infelizmente extremamente necessária diante do que vemos por aí, no Brasil e fora dele.
O que foi absolutamente surpreendente no caso Petrobras foi a inação de membros minoritários do Conselho de Administração de nossa empresa histórica, emblemática de um período de adversidades e com tantos feitos gloriosos.
Em geral a degradação do gerenciamento da Petrobras era pública e notória entre pessoas que a acompanhavam com mais detalhes...
Temos orgulho de haver iniciado a abertura do capital da Copel em 1994 (5) e ver seus presidentes e governadores do Paraná batendo o sino da Bolsa de Valores de New York. Ótimo! Era isso que desejávamos além de acionistas voluntários, e não apenas os compulsórios como é o caso de autarquias e empresas (públicas e privadas) sem ações no mercado.
O mundo capitalista teve experiências traumáticas desde que inventaram companhias formadas por ações vendidas no varejo. Crises mundiais e até guerras e revoluções podem ser atribuídas à vigilância precária de órgão reguladores (a partir de suas existências), acionistas e trabalhadores. Os rancores gerados após as implosões alimentaram ódios que se aglutinaram em ideologias, xenofobias, racismos e outros padrões pervertidos.
No Brasil, o esforço de criar e proteger empresas nacionais transformou-se em maná para os mais espertos. A Operação Lava Jato demonstra essa triste realidade, independentemente do resultado final dos processos.
Observando a reação de investidores estrangeiros (4), contudo, sentimos que eles podem ser a garantia de aplicação de economias em fundos de pensão, mais ainda se, por milagre, tivermos leis semelhantes. O ideal é que pesadelo dos montepios[ (6) e (7)] da década de setenta não se repitam em nossa terra.
A vigilância, contudo, precisa ser aprimorada. É desastroso descobrir o rombo quando o navio já está afundando. Grandes conselhos técnicos, auditorias internacionais escoradas por empresas seguradoras poderosas e treinamento específico para auditores em todas as atividades humanas são necessários para a construção do próximo degrau.
O mundo atual permite informações instantâneas que eram impossíveis há pouco tempo. A internet, os computadores e seus softwares, especialistas etc. poderiam ser parte de empresas especializadas para a vigilância sem interferências ideológicas e outras piores.
Assusta sentir que graças à corrupção desenfreada deveremos pagar mais impostos, taxas, encargos, tarifas, produtos e serviços. O povo brasileiro vive um drama pesado.
A democracia balança.
A eterna panaceia aparece: a ditadura militar. Seria ótimo se essas pessoas estudassem melhor a história do Brasil, livro não falta. Nem os militares nem os civis de nosso grande país foram educados para fazer leis e respeitá-las, pior ainda, resistir às cantadas de estelionatários, sempre extremamente hábeis em processos de cooptação. Gente fina, entende de vinho e bons passeios, restaurantes, presentes...
A mídia e os processos internacionais poderão formar uma nova geração de brasileiros. É a nossa esperança, assim como o prosseguimento implacável da Operação Lava Jato e outras que começaram e pararam em algum estágio dos poderes constituídos.
Agora sabemos como dolosamente, criminosamente agiram em processos fraudulentos em grandes empresas brasileiras. Note-se, não foram erros administrativos, mas desvios intencionais de fortunas e liberdade de estabelecer qualquer preço pelo que vendiam, terminamos pagando diretamente e indiretamente.
O rombo nas grandes estatais e autarquias contaminadas foi colossal, muito além das “doações” para campanhas políticas. Provavelmente existe muito mais sob o manto da omertá[1].
A desonestidade não para por aí, agora é claro e sabido como as prioridades de governo são estabelecidas.  Graças a maldades que vão da merenda escolar à construção de grandes instalações faltam escolas, creches, hospitais, segurança em geral e a infraestrutura que faria de nosso povo uma nação grande, feliz e orgulhosa de aqui ter nascido.
O Brasil é um país que pode ser tudo, inclusive uma potência cultural e econômica. Seu povo é capaz de se desenvolver bem se tiver bons governantes e parlamentares e uma legislação anticorrupção eficaz. Utopia?
Cascaes
2.2.2015

1. Nery, Danilo Gregório / Carmen. Contra Corrupção - Legislações Estrangeiras e Projeto de Lei Brasileiro aumentam importância do Combate a Negócios sujos com Governo. ibrademp - Instituto Brasileiro de Direito Empresarial. [Online] http://www.ibrademp.org.br/default.aspx?section=242&article=306.
2. Ragazzo, Carlos. Combate à corrupção: estrutura, cooperação e compliance. JOTA. [Online] 23 de 1 de 2015. http://jota.info/combate-corrupcao-estrutura-cooperacao-e-compilando.
3. Cerco à corrupção atingi funcionários das empresas. Alimentação fora do lar. [Online] 8 de 1 de 2015. http://alimentacaoforadolar.com.br/cerco-a-corrupcao-vai-atingir-funcionarios-das-empresas/.
4. Modesto Carvalhosa: 'EUA podem multar Petrobras em US$ 50 bi'. PDT. [Online] 29 de 1 de 2015. http://www.pdt.org.br/noticias/modesto-carvalhosa-eua-podem-multar-petrobras-em-us-50-bi.
5. Cascaes, João Carlos. A opção pelo acionista voluntário. Minha história na COPEL e na condição de consultor. [Online] http://minha-historia-na-copel.blogspot.com.br/2014/01/a-opcao-pelo-acionista-voluntario.html.
6. Montepio da Família Militar. Wikipédia. [Online] [Citado em: 2 de 2 de 2015.] http://pt.wikipedia.org/wiki/Montepio_da_Fam%C3%ADlia_Militar.
7. Caso Capemi. MuCo - Museu da corrupção. [Online] [Citado em: 2 de 2 de 2015.] http://www.muco.com.br/index.php?option=com_content&id=393:caso-capemi&Itemid=53.




[1] Omertá significa silencio obstinado, muito comum no sul da Itália onde as pessoas têm medo da Máfia e ao fazer uma denúncia arriscam a própria vida, porque as organizações mafiosas são extremamente vingativas e solidificam o seu poder sobre o medo de pessoas humildes.
No geral, é um consenso, que implica nunca colaborar com as autoridades (polícia). Muito comum no sul da Itália em que a Máfia'Ndrangheta e Camorra é poderosa. Pode ser entendido como um "voto de silêncio" entre mafiosos. Caso o juramento seja violado, a punição, na maioria das vezes, é a morte.
O principal motivo por que a Omertá é tão importante no "submundo" da máfia italiana, é a crença de que o governo e as autoridades em geral não estão preocupados com o povo.
Assim sendo, é considerada um desrespeito a atitude de se procurar uma autoridade no caso de algum problema.
A Cosa Nostra tem como um de seus princípios a ajuda a pessoas com problemas, como dinheiro para pagamento de pequenas dívidas, remédios e problemas cotidianos. Em troca, a pessoa adquire uma dívida moral, um penhor de gratidão que poderá ser cobrado no futuro.
O sentimento principal em relação a Omertá é esse: se o governo não o ajuda em seus pequenos problemas, por que se o procuraria para qualquer outro?
Na Itália este sentimento chega a um ponto que pode ilustrar melhor o significado de Omertá:
·         Se um ladrão rouba sua casa uma pessoa não vai a polícia, procura as pessoas que sempre estiveram dispostas a ajudá-la porque elas resolverão o seu problema.
·         Se alguém vê o rosto do assassino da sua família, não conta a polícia, se vinga ou procura quem o faça por si.
Omertá é basicamente um voto de silêncio.
Wikipédia



quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Brasil Urgente

Desastres e prevenção na política
Estamos passando pelo momento das maldades máximas, tempo de castigo pelo crime de acreditar num processo político mal feito que produz efeitos extremamente deletérios ao nosso povo.
Todas as nações mais desenvolvidas que a nossa tiveram essa experiência e se hoje são melhores é porque alguns eventos políticos (guerras, revoluções, lideranças extraordinárias etc.) aconteceram. É importante lembrar, contudo, que isso aconteceu há algumas décadas ou um ou dois séculos passados. O ideal é corrigir nossos erros sem maldades que todos abem como iniciam, mas ninguém pode afirmar qual é a conclusão desses períodos revolucionários e guerreiros.
O Brasil e os brasileiros precisam evoluir, de que jeito?
Somos o resultado de estratégias políticas utópicas e mal sucedidas. Só recentemente a educação e escolarização universal (entre nós) começou a existir (pelo menos no papel).
Se alguém duvida deveria prestar mais atenção a crianças, jovens e adultos catando lixo pelas cidades, Curitiba é um exemplo eloquente. De onde essa gente veio? Por quê? Por que não quiseram ficar onde estavam e preferem morar em casebres e catar lixo? Como eram tratadas em seus locais de origem? Temos uma estratégia e política de desenvolvimento integral de nosso povo? ela é prioritária, prioridade número 1?
Passamos esses últimos anos vendo a mídia fortíssima a favor da Copa do Mundo, valia tudo, perdemos de 7 a 1. Quem faturou com essa loucura? Era prioridade?
A grande corrupção era novidade? Ninguém via as denúncias via redes sociais e boas reportagens? Tudo o que a Operação Lava Jato demonstra era alertado pelos órgãos de fiscalização formais, quanto mais por aqueles que conheciam os meandros do Poder.
E as eleições, um ministro de um tribunal da malfada União travou a reforma política, pode?
Os brasileiros votaram, em quem? Naqueles que os grandes partidos políticos escolheram (ou eles se nomearam em seus currais?).
Precisamos rever tudo.
 Qualquer teorema se conclui após hipóteses e esforços de demonstração. Nada mais eloquente do que o cenário urbano e a situação tecnológica e econômica do Brasil para demonstrar que continuamos errando, onde? Acreditando em urnas eletrônicas? Aceitando a centralização absurda de poderes na União? Aceitando passivamente tudo o que acontece?
Evidentemente esse artigo é a opinião de um engenheiro, um profissional, contudo, que gastou grande parte de sua vida procurando entender amigos e amigas, companheiros, parceiros, colegas, empresas etc.
O desabafo é justo e necessário para poder morrer em paz.
E os eleitos?
Nossos governantes devem estar assustados com suas ousadias, mal aparecem nas emissoras de televisão e rádio para debater e explicar seus mandatos. Com raras e belas exceções não vemos ninguém mostrando a cara. Podemos até entender, o verão é forte, o Brasil tem praias fantásticas e outros lugares belíssimos e mais discretos, para quê se incomodar com o povo?
Deixa a peãosada bater boca e mostrar serviço (a favor dos seus chefes explícitos e ocultos).
Existindo serenidade e boa vontade nossos políticos poderão evitar atos extremos começando 2015 retomando de imediato a reforma política e sendo mais realistas. Os resultados dessas décadas de democracia Frankenstein que mais produziu leis, decretos, impostos, taxas, multas, regulamentos, estatutos etc. do que resultados exigem ações emergenciais e reformas políticas inteligentes. A prateleira de modelos está à disposição de todos, não precisamos inventar a roda.
Queremos ver todos de mãos dadas a favor de um Brasil e, principalmente, um povo melhor, mais saudável, sensato, escolarizado, sem pagar proteção direta e indireta a bandidos e vendo nossa gente trabalhando em atividades mais saudáveis do que sair com a família arrastando carrinhos e recolhendo lixo que muitos catadores guardam em suas casinhas e quintais (ou ruelas) para depois vender por ninharias o que recolheram.
Cascaes
28.1.2015

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